domingo, 25 de maio de 2008

Vai, morre um pouco e continua.

Boa Tarde amigos.

Eis aí, mais um pedaço de mim.



Vai, morre um pouco e continua.

De onde ela vem ?
Essa tal chama, luz, ou sei lá o que.
Uma chama que nunca foi acesa, mas que brilha eternamente.
Antes do começo da história e do começo do começo, lá estava ela, queimando, iluminando, transformando e se alimentando.
Do que ? para que ? e ainda mais, por quê?
Foi suplantada e engolida goela abaixo e bem mais um pouco, pelos próprios pedaços que de si mesma saíram.
Agora a negam, a escondem e renegam.
Mas ainda há.
Há quem comprove o existencial fato, o que sente.
O que sente às vezes nega, encobre, finge e também mostra, sem nunca saber a razão do por quê. E então, vai procurar e quando acha não sabe o que encontrou.
Mas uma vez tocado, por uma mísera faísca que seja, pronto, já está aí o caos da não ignorância . Ah ! que saudades da minha !
Vivendo num oceano gélido, nado por entre os mortos,
A cada movimento, mais gelo, mais frio e tudo vai ficando mais escuro.
Seus corpos comprimindo o meu, fazem a gélida mortalha de suas almas me cobrirem. Por vezes me tiram o ar, me sufocam, me paralisam.
Estão mortos, e ponto.
Não posso fazer nada, se ficar, morro também. Ficar aqui mortinha seria bem mais confortável, mas eu continuo não porque quero, mas porque tem que ser assim mesmo, o caos já está feito, não tem volta.
Uma vez fui morta por um bom período, e às vezes morro um pouquinho, mas ela nunca se completa. Ela, essa morte, não vai ao fim a que se destina, há sempre que continuar.
Hoje, sou um pedaço da chama -sem início, sem fim- e me deixo aquecer um pouquinho.
Mas só hoje.
Amanhã não sei.

8 comentários:

Leandro R. disse...

Excelente blog...=D

tô zuando,vim aki por livre e enspontanea vontade..e simplesmente adorei!

A chama, ou a luz...como queira, é a prova de uma existência divina.E tenho fé nisso. Tudo é tão perfeito!

>>>>http://semtosquices.blogspot.com

Unknown disse...

É Zane!! SERÁ VOCÊ UMA CLARICE LISPECTOR?? ADOREI.

Henrique Monteiro disse...

Indagações fazem parte.
E aproveite o quanto puder enquanto ainda morre apenas um pouco aqui, um pouco ali.

Pois vai chegar o dia em que morrerás de vez - assim como a todos daquele gélido mar - e já não lhe será mais permitido contar sobre suas experiências de quase-morte.

Anônimo disse...

ótimo poema e foto muito dez tb, parabéns

Hudsay disse...

Pois bem: Não é só você que não sabe o amanhã.
Não sei se entendi muito bem seu texto, mas pelo que entendi, posso dizer que de vez em quando, também morro um pouco. Talvez, morrer, no seu conceito, seja aos poucos. Ir abandonando a vida. Começando pelos problemas, na maioria das vezes, não? Acho que foi isso que quis dizer. Isso é natural do ser-humano. Só é triste, os que não conseguem superar, e chegam ao nível máximo da morte.
A chama, ou a luz, é considerado a proximidade do final da vida? Bom, eu não me dou muito bem em interepretar metáforas, como já deves ter percebido, hehe. Vou interpretar de minha forma, e agradecer por ter-me feito refletir um pouco sobre essa coisa de ir morrendo aos poucos, que foi o que entendi. E baseando-me novamente no que meu cérebro pôde captar, parabéns ao texto, pois está muito bom.

http://hudsay.blogspot.com

Cíntia disse...

Lindo Lindo Lindo!
Adorei Rô!
Sei lá, de repente lembrei dos escritos de Clarice Lispector!...profundo.
Parabéns!
Beijos!
Ci

Rafael Almeida Teixeira disse...

as imagens do seu blos, são linda.


Amei

Anônimo disse...

Poxa vida! Quero mais postagens!
Hunf.
Beijokas!
Ci