domingo, 7 de dezembro de 2008

A Tragédia do Destino.



"A menina está ali tão reservada,

tão silente e pálida;

a alma, como um anjo delicada,

está turva e abatida...

Tão suave, tão fiel ela era,

devotada ao céu,

da inocência imagem pura,

que a Graça teceu.

Aí chega um nobre senhor

sobre portentoso cavalo,

nos olhos um mar de amor

e flechas de fogo.

Feriu-a no peito tão fundo;

mas ele tem de partir,

em gritos de guerra bramando:

nada o pode impedir".

Karl Marx.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Se eu soubesse...


Edvard Munch - Dispair


Se eu soubesse...
O que o silêncio do universo diz e que não posso ouvir ?
Alguém sabe ?

Não consigo ouvir o universo, só ouço sussurros
perdidos entre as vozes enlouquecidas,
de uma multidão que implora por ouvidos.

Tudo tão obscuro.
Não sei o que significa.

Se eu soubesse...

De onde surgem os pensamentos ?
A imaginação...
Que sentido é esse que não se pode mensurar ?
O que é a vida ?

Às vezes quero entender, mas sei que não há para tudo respostas, e isso me consome, mas apenas momentaneamente.

No momento seguinte, fico feliz, me dou conta de que não saber é uma bênção.
Sei que por nada saber, nada sou.
Sendo nada, o que serei ? (disse Fernando Pessoa e agora digo eu)
Cabe à mim decidir!!!

Hoje penso saber escrever, amanhã tenho certeza de ser uma aspirante medíocre a escritora. E isso é fantástico !!!

Dispair e sei que estou viva.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

"A arte de viver em paz com o que é impossível mudar."

Li um texto que falava sobre maturidade e uma das frases que me chamou a atenção foi essa:

"Maturidade é a arte de viver em paz com o que é impossível mudar. "

Descobri que posso mudar muitas coisas quando realmente quero. Mas tem coisas que não sei como mudar. Simplesmente não saber não quer dizer que são impossíveis, certo?
Eis aí minha questão: O que é possível ou não?

Não posso deixar de ser assim. Não posso deixar de ter esperança. Não posso deixar de acreditar.
Impossível.

Não posso me deixar levar por sentimentos levianos nem por ilusões traiçoeiras desse mundo. Sabe quando vc come algo porque sentiu um aroma de dar água na boca e depois não gostou do sabor?
Esse é o sabor da ilusão... ou melhor... não tem sabor nem consistência, não tem nada, é oca.
Quem entende o sentido do vazio vai saber do que estou falando.
Mas a culpa é de cada um de nós.

A ilusão é uma invenção da mente pra mascarar a realidade e enfeitar a vida.
Impossível mudar isso.

Bom... tenho que me contentar e saber viver em paz com tudo o que não posso mudar.
Mas... enquanto não descubro o que me é impossível, continuo a lutar.

domingo, 16 de novembro de 2008

Torpor lúcido.

"Sei que despertei e que ainda durmo. O meu corpo antigo, moído de eu viver, diz-me que é muito cedo ainda... Sinto-me febril de longe. Peso-me não sei por quê...
Num torpor lúcido, pesadamente incorpóreo, estagno, entre um sono e a vigília, num sonho que é uma sombra de sonhar.
... eu não sei onde estou nem o que sonho."
(Na floresta do alheamento - Fernando Pessoa)




"Num sonho que é uma sombra de sonhar."

Sonhar... sonhar... viver em uma sombra de sonho. Eis aí uma verdade.
Ouço tanta gente dizer "a verdade é uma só´" e blá, blá, blá... eu mesma (até aqui) nunca conheci uma verdade que seja "só", sempre me parece vir acompanhada de várias facetas. Mas acabei de me fazer saber uma: vivo na sombra de um sonho.
Um espaço que existe entre a realidade e o sonho, deve ser a sombra, é aí que vivo.
Não sei se vivo isso realmente, ou se finjo. Finjo não ver, esse mundo.
Prefiro sonhar, acordada, ou quase, meio sonâmbula. Meus olhos se perdem entre dois mundos. Bem no meio, é onde estou, na sombra de mim. E isso não me deixa assim conformada não. Quero fazer parte, pertencer a algum lugar. Mas a sombra é só o que me resta.
A sombra me esconde da luz.
Na sombra não vejo além.
Na sombra descanso.

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Ahhhhh.... quer saber ? já me cansei desses meus devaneios sem fundamento, nexo, coerência, vou começar postar outras coisas aqui.
Hoje tô meio revoltada, nem sei porquê, não tem dias que vc fica assim também?
Quero ir morar noutro lugar, quero outra vida, quero ser eu de outro jeito, entende? não né, ninguém me entende. Mas tudo bem, vou me acostumando com o não entender.

Mas esse blog tá me chateando agora, tô querendo apagar tudinho...
Por enquanto vou postar uma mensagem bonitinha. Clica aí na imagem abaixo.

domingo, 2 de novembro de 2008

O que eu quero.


Boa noite amigos !!!
Lendo por esse mundo virtual afora encontrei um texto, e adaptei-o à minha realidade, como é difícil encontrar alguém que a gente goste de verdade e que verdadeiramente queira ficar ao nosso lado.
Pra mim, está cada vez mais difícil encontrar alguém que seja simples o suficiente para me amar e ser amado.
O que eu quero está descrito aí, será que existe alguém assim ?

Quero encontrar um homem que faça meu coração bater forte só de vê-lo, que me segure pela mão e que me ajude a caminhar pela vida, que ame a Deus assim como eu e que me ame verdadeiramente.Quero encontrar um homem que me chame de linda ao invés de gostosa, que me ligue de volta toda vez que eu desligar o tel na cara dele, que deite em baixo das estrelas, e escute as batidas do meu coração, ou que permaneça acordado, só para me observar dormindo, espero por aquele homem que me beije na testa,que queira me mostrar para todo o mundo, mesmo quando estou toda descabelada. Um homem que segure na minha mão na frente dos amigos dele. Que me ache a mulher mais bonita e maravilhosa, mesmo sem estar com nenhuma maquiagem ou sem uma roupa bonita, e que mesmo assim queira me segurar pela cintura, aquele que me lembra a quase todos instantes o quanto ele se preocupa comigo, o quanto ele se sente feliz ao meu lado. Espero por aquele que esperará por mim. Aquele que vira e olha para seus amigos e diga "É ELA".

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tenue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre imcompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!


Livro de Mágoas, de Florbela Espanca

domingo, 12 de outubro de 2008

Tudo é vão. Ou não.

“Me deixa.
Quero ser.
Sem começo, sem fim.

Metáfora de mim.
Quero apenas ir.
Me deixa.”


Sobre acreditar.

Acredito em tudo. É isso mesmo. Não entendeu ? eu acredito em tudo. Se você me disser que Adão e Eva nunca existiram, te digo que acredito, mas também acredito que eles existiram, de verdade, ou não (?). E vida após a morte ? acredito, porque senão pra onde vai a alma? ( o que é a alma?), mas também não acredito, porque ninguém nunca voltou pra dizer o que de fato acontece do outro lado (se é que existe um outro lado). Acredito que Deus criou o mundo e tudo o que há nele e também que nós seres humanos descendemos do macaco e tudo existe por conta do big bang, mas que foi Deus, isso sim foi.
Acredito que posso tudo, e que não posso nada.
Entre os bilhares de anos que tudo existe, acredito que não passo de mais um ser humano insignificante nesta terra.
Tudo é fútil, falso.
Tudo é vão.
Ou não.
Se você me disser que estou errada, você está certo.
Se você me disser que estou certa, você também está certo.
Todo mundo tem razão.
A loucura tem razão, pois nada é vazio, nem o zero é vazio, (na matemática existe diferença entre zero e vazio, sabia?).

Posso provar que tudo é relativo, graças à Einstein.

Bjos.
Até mais.
Ou não.

E que rumor é este agora?
O quê anda o vento a fazer lá fora?
Nada! Como sempre, nada!

Thomas Stearns Eliot (1888—1965)

terça-feira, 30 de setembro de 2008

sábado, 6 de setembro de 2008

Me olha de verdade.


Não se sabe o que realmente acontece, quando alguém te olha, mas não te olha de verdade, não sei explicar o porquê, não posso julgar, mas eu penso assim, não olhar nos olhos, não enfrentar o próximo frente a frente, olhos nos olhos, será um medo de ser visto de verdade, de ter sua alma desvendada, ou apenas de ver o outro verdadeiramente? quando tenho interesse em algo certamente olho com muita tenção, mas se meu interesse for superficial, meu olhar também será superficial, minhas palavras serão vagas. Pode dizer mil palavras , escrever belas cartas , mas o seu olhar, e o seu silêncio, aquilo que leio nas palavras não ditas e em seus gestos é maior e mais verdadeiro de que seus discursos.
Seu olhar vago e seu silêncio me dizem tudo que preciso saber.
O que está escrito nas entrelinhas de suas palavras e atitudes, o que leio no vazio do seu olhar, não me deixam acreditar em seu belo discurso.

Isto aqui é apenas um desabafo.
"Vem, me olha de verdade,
feche os olhos, entre, deixe seu corpo de fora,
me olha, o que vês ?
Cerre sua palavras, abra seus ouvidos, preste atenção aos sons, eles são de muitos a
tomar conta do mundo. Existe escassez de ouvidos atentos nesse mundo, voluntários não há. Todos querem falar, há uma guerra de palavras, interminável.
Silêncio, ouça o que ele tem a dizer.
Se quiser me ouvir, de verdade, demonstre real interesse e esqueça você mesmo, apenas por alguns segundos, do contrário, me calo, te ouço e lamento , mas não te culpo, porque talvez vc nem perceba.
Só quem entende a real significado da imagem vazia que se reflete num espelho, pode enxergar de verdade aquilo que não se pode ver com os olhos, mas sim com a alma."

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Não importa.

Não importa onde vc esteja, ela sempre vai estar lá...
A dúvida, o medo.
Não importa o quanto vc diz que está no controle, uma hora vc simplesmente não sabe como agir, e perde o controle.
Por achar que sabia demais, me peguei sem saber exatamente nada.
Em busca de uma luz. Lá no fim sei que vai estar. Demora a chegar o fim ?
Exatamente o nada. Exatamente a dúvida.
Nos invade, sem pedir permissão.
A vida é assim.
E não teria sentido se tudo isso não existisse.
Se é que tudo isso tem sentido.
Se é que a vida tem sentido.
Se é que ter sentido faz alguma diferença.



Trecho do seriado Heroes

De onde ela vem?
Essa busca
A necessidade de desvendar os mistérios da vida, quando as coisas mais simples nunca serão respondidas.
Por que estamos aqui?
O que é a alma?
Por que sonhamos?
Talvez seja melhor não procurarmos respostas. E não seguir esse desejo de saber.
Mas a natureza humana não é assim, nem o coração dos homens.
Não é por isso que estamos aqui.
Mesmo assim, lutamos para fazer diferença, para mudar o mundo e para ter esperança.
Mas nunca sabemos quem vamos achar pelo caminho.
Quem dentre tantos estranhos vai segurar nossas mãos?
Quem vai tocar nossos corações?
E compartilhar o sofrimento de tentar?
Sonhamos em ter esperança e ver mudanças.
Com fogo, amor, morte.
Então, tudo acontece.
O sonho se torna realidade.
E a resposta para essa busca e para desvendar os mistérios da vida finalmente se revela, como a luz crescente de um novo amanhecer.
Tanto esforço para acharmos significado e propósito.
E, no final, achamos isso uns nos outros.
Nessa jornada que fizemos pelo fantástico.
É a necessidade humana de achar um semelhante.
Para nos unirmos, e para sabermos dentro dos nossos corações, que não estamos sozinhos.

domingo, 24 de agosto de 2008

A Pedra

Boa Tarde amigos !!!

Eu continuo me perguntando: o que será que faço com as pedras que aparecem em meu caminho ?


A Pedra

O distraído nela tropeçou...
O bruto a usou como projétil...
O empreendedor, usando-a, construiu...
O camponês, cansado, dela fez assento...
Para meninos, foi brinquedo...
Drummond a poetizou...
Já, Davi, matou Golias...
Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura...
Em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem!
Não existe "pedra" no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento.

Autor anônimo

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Solidão

Boa Tarde amigos, eu queria muito escrever porque tenho muito a dizer, mas não sei como. Acho que deveria existir uma fórmula básica pra isso, mas não existe. Então vou postar um texto aqui que acho fantástico, não é de minha autoria, mas bem que poderia ser.





Solidão

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear...
isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe às vezes, para realinhar os pensamentos...
isto é equilíbrio.

Tampouco é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente, para que revejamos a nossa vida...
isto é um princípio da natureza.

Solidão não o vazio de gente ao nosso lado...
isto é circunstância.

Solidão é muito mais que isto.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma."

Fátima Irene.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Respostas

"As respostas não aparecem sempre quando são precisas… Muitas vezes, ter de ficar à espera delas é simplesmente a única resposta possível.”



Essa frase li no orkut da amiga Grazi, e resolvi postar aqui hj e comentar um pouquinho.

Bom, eu não me contento em ficar esperando as respostas, embora às vezes na realidade eu me sinto inerte à tudo. Mas a verdade é essa (não apenas essa, são muitas, impossíveis de se dizer todas, vou ater-me apenas à uma), por mais que existam meias verdades, verdades inteiras, verdades imutáveis, verdades não eternas, minhas certezas cada dia que passa são mais e menos (?) estão em constante mutação... esperar significa muita paciência e ultimamente estou exercitando esse Dom (até quando não sei).

Até mais Amigos...


quinta-feira, 10 de julho de 2008

Onde fica o meio ?

"O Eu é o mestre do eu . Que outro mestre poderia existir ? Tudo existe , é um dos extremos. Nada existe é o outro extremo. Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos, e seguir o Caminho do Meio."

Buda.

Onde exatamente fica esse tal "Caminho do Meio" ?

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Uma noite sem sonhos

Boa noite amigos...

eu continuo sonhando...



Uma noite sem sonhos.
Cem sonhos em um dia.
Uma vida afogada por sonhos intransigentes e inacabados.
Sonhei que estava acordada e quando acordei quis de fato sonhar.
Sonhar que tudo é simples, que as pessoas são confiáveis,
Que quem amamos nunca nos deixará.
Sonhar que as amizades são verdadeiras,
Que os amores são eternos e que ele sempre estará à sua espera,
Que vai te encontrar mesmo que no mais fundo do abismo esteja escondida.
Sonhar que o amor vai dominar esse mundo sem alma e tudo vai mudar,
Que não mais existirá dor, desespero, lágrimas sofridas, miséria, malícia, maldade,
Olhares tristes e almas perdidas.
Quisera eu sonhar sem acordar, jamais.
Viver o fantástico, surreal e divino mistério da vida.

terça-feira, 17 de junho de 2008

À mercê

Boa noite amigos !!! Bom, acho que já perceberam o quanto meus textos estão "down" ultimamente, não que eu seja uma pessoa totalmente depressiva, sou apenas introspectiva, e prometo tentar mudar isso. Em meu próximo texto vou tentar ser mais alto astral, mas hoje eu tenho mesmo que escrever isso aqui, não posso guardar essas palavras. Acho que deve ser muito chato entrar num blog e só ler metáforas a respeito da vida e sentimentalismos alheios, vcs têm todo direito de não gostar, ok ?
Mas fazer o quê? esse é meu blog e essa sou eu, não posso fingir, pelo menos aqui tenho esse direito: ser apenas eu.

"Quem de três milênios, não se dá conta, vive na ignorância, na escuridão, à mercê, dos dias, do tempo." (algum filósofo do século passado que não me recordo o nome, retirado do livro "O mundo de Sofia" de Jostein Gaarder)



Vivendo à mercê do tempo.
Saiu pra mais um dia daqueles comumente insuportáveis.
Buscou um refúgio que foi surreal.
Não funcionou. Perda de tempo.
Tentou continuar assim mesmo.
Caminhando pelo limiar sutil,
pela linha tênue que separa o amor do ódio.
Graças a falta da bendita razão (ou maldita, que seja), hora ama, hora odeia.
Se cansou, já não podia mais ser aquilo que esperavam que ele fosse, já não podia mais se deixar à mercê dessa vida e dos modismos por ela inventados.
Começou correr tentando fugir desse sentimento inescrupuloso que o tentava dominar a qualquer custo... ódio.
Ódio desse mundo e tudo o que há nele.
Quando olhou pra trás só pôde ver a própria sombra, grudada aos seus pés, não havia ninguém lá.
Nada o que odiar além de si mesmo.
Nada o que temer.
Nada a deixar pra trás.
Tropeçou na loucura, caiu de cara com a realidade e aprendeu mais uma lição:
Impossível fugir de si.

Everything was going to be dark.
But, the love is above everything.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Ah... não tenho título pra isso aqui.

Não se sabe ao certo o que acontece,
Quando o rio encontra o mar.
Se o rio se faz um só - mar e rio, uma única existência-
Ou se apenas empresta do mar sua fantasia,
E nas suas profundezas salgadas vai se esconder.
Não se sabe ao certo se o rio está em parte pelo mar encoberto
Ou se está por todo completo dentro dele.
Assim me faço, diante de ti,
Escondo-me entre teus mares,
Salgo toda minha doçura
e,
Finjo fazer parte,
Quando por certo,
Apenas coexisto.




"Como dizer não? as coisas que penso! se a verdadeira realidade está dentro de nós!! " Shirley Costa Silva.

domingo, 25 de maio de 2008

Vai, morre um pouco e continua.

Boa Tarde amigos.

Eis aí, mais um pedaço de mim.



Vai, morre um pouco e continua.

De onde ela vem ?
Essa tal chama, luz, ou sei lá o que.
Uma chama que nunca foi acesa, mas que brilha eternamente.
Antes do começo da história e do começo do começo, lá estava ela, queimando, iluminando, transformando e se alimentando.
Do que ? para que ? e ainda mais, por quê?
Foi suplantada e engolida goela abaixo e bem mais um pouco, pelos próprios pedaços que de si mesma saíram.
Agora a negam, a escondem e renegam.
Mas ainda há.
Há quem comprove o existencial fato, o que sente.
O que sente às vezes nega, encobre, finge e também mostra, sem nunca saber a razão do por quê. E então, vai procurar e quando acha não sabe o que encontrou.
Mas uma vez tocado, por uma mísera faísca que seja, pronto, já está aí o caos da não ignorância . Ah ! que saudades da minha !
Vivendo num oceano gélido, nado por entre os mortos,
A cada movimento, mais gelo, mais frio e tudo vai ficando mais escuro.
Seus corpos comprimindo o meu, fazem a gélida mortalha de suas almas me cobrirem. Por vezes me tiram o ar, me sufocam, me paralisam.
Estão mortos, e ponto.
Não posso fazer nada, se ficar, morro também. Ficar aqui mortinha seria bem mais confortável, mas eu continuo não porque quero, mas porque tem que ser assim mesmo, o caos já está feito, não tem volta.
Uma vez fui morta por um bom período, e às vezes morro um pouquinho, mas ela nunca se completa. Ela, essa morte, não vai ao fim a que se destina, há sempre que continuar.
Hoje, sou um pedaço da chama -sem início, sem fim- e me deixo aquecer um pouquinho.
Mas só hoje.
Amanhã não sei.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Inside me

Boa noite!!! mais uma vez aqui estou eu pessoal.

Nessas idas e vindas, de meus pensamentos (é isso mesmo, não sou maluca, apenas um ser que pensa, vc não?), às vezes acho que me falta algum parafuso, parece que de vez em quando falta uma peça no quebra-cabeça da vida (pelo menos a minha...rs). Tem uma frase que considero a mais pura verdade já dita pelo ser humano, que é a seguinte : "Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas." - Nietszche. Bom, pensando nisso todas as minhas convicções se esvaem e eu volto novamente à estaca zero, mas sabe de uma coisa ? é muito bom, me sinto livre pra pensar os meus próprios pensamentos, aliás, acho esse mundo tão falso, tudo não passa de um grande plágio, todo mundo copiando todo mundo, desde os pensamentos ao carro do ano, o cabelo, a roupa da moda...ahhhhhh..... tem dias que quero correr e não parar nunca mais, sair por aí sem destino, fugindo de toda essa loucura.
Bom, voltemos ao assunto de início, vivo procurando tantas respostas pra tantas perguntas, que de repente, de tanto procurar, pensar e refletir, já nem lembro mais qual era mesmo a pergunta, não consigo encaixar as coisas, entende ? tudo parece um grande emaranhado... é assim que penso que é a vida... um grande mistério.



Basta um olhar de soslaio,
E, percebo essa vida,
louca, desvairada, descabida.
E então, me perco de tudo,
fujo de todos, de mim.
Onde eu fui parar ?
inside me.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Pessoas

Acho que já perceberam o quanto gosto de poemas, não sei bem explicar o porquê, mas o que posso dizer é que acho sensacional o dom que alguns escritores têm de transformar em palavras os sentimentos humanos. Conseguir tornar uma sensação, um breve pensamento mesmo que inconsciente em palavras na forma de poesia, é divino.
Pessoas

Nada sou, nada posso, nada sigo.
Trago, por ilusão, meu ser comigo.
Não compreendo compreender, nem sei
Se hei de ser, sendo nada, o que serei.

Fora disto, que é nada, sob o azul
Do lato céu um vento vão do sul
Acorda-me e estremece no verdor.
Ter razão, ter vitória, ter amor

Murcharam na haste morta da ilusão.
Sonhar é nada e não saber é vão.
Dorme na sombra, incerto coração.

[Fernando Pessoa, “Nada sou, Nada posso, Nada sigo” (1923)]

domingo, 27 de abril de 2008

Um caminho inevitável

Boa noite amigos!

O que escrevo aqui pode parecer bem abstrato, quase ininteligível, até mesmo maluco e sem sentido.
Apenas os que conseguem superar a ignorância que nos é oferecida pode entender do que se trata.


Um Caminho Inevitável


Sentada, estava a garota, sem fugir à regra,
Pensando...
Num canto escuro, escolhido com gosto.
Com o olhar perdido, que de perdido nada tinha.
Onde de repente, surgiu,
A mais brilhante de todas as idéias,
Assim pensava ela.
Descobriu que podia ser tudo e todos,
Mas que não precisava ser nada,
Porque ser nada, é tudo,
E diante de todas as condições,
Querer habitar o nada.
Liberdade.
Procurando ser o que é,
Num longo caminho,
Pediu ao tempo uma espera,
E esse diálogo foi assim:

- Hei! Não vai?
- Talvez um dia, quem sabe! Você não pára pra eu decidir!
- Quanto você quer de mim? 1 minuto, um dia, uma vida? Mas vai logo, decide, não posso esperar, quando decidir, aí, estará feito, sem volta. Não adianta reclamar, porque não posso voltar.
- Bom, visto essas condições, acho melhor pensar mais um pouco, não se pode decidir algo assim, já que é irremediável. Assim que decidir te conto.
Peraí! Não vai! Já decidi...
Cadê você?
O que?
Acabou o tempo?
Mas...

Então, lá se foi,
A chance de encontrar,
O real sentido do nada.
E a garota se viu presa às futilidades desse mundo.
Trabalho, estudo, coisas.
E o tudo lhe tomou conta, por inteira.
E lá está ela, escrava.
Mais uma na multidão de servidores.

sábado, 26 de abril de 2008

Momento Hamlet

Boa Tarde amigos !!!

Hoje publico aqui um texto super famoso de Shakespeare.
Hamlet é uma obra clássica e permanentemente atual pela força com que trata de problemas fundamentais da condição humana.

Muitas vezes me pego pensando como Hamlet, tem dias onde penso que não se pode suportar tantas as incertezas e afrontas desse mundo.

"Ser ou não ser - eis a questão.
Será mais nobre sofrer na alma
Pedradas e flechadas do destino feroz
Ou pegar em armas contra o mar de angústias -
E, combatendo-o, dar-lhe fim ? Morrer; dormir;
Só isso. E com o sono - dizem- extinguir
Dores do coração e as mil mazelas naturais
A que a carne é sujeita; eis uma consumação
Ardentemente desejável. Morrer - dormir -
Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
Quando estivermos escapados ao tumulto vital
Nos obrigam a exitar: e é essa reflexão
Que dá à desventura uma vida tão longa.
Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo.
A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,
As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,
A prepotência do mando, e o achincalhe,
Que o mérito paciente recebe dos inúteis,
Podendo, ele próprio, encontrar seu repouso
Com um simples punhal ? ... "

Hamlet - de William Shakespeare

sábado, 19 de abril de 2008

Total

Bom Dia, queridos leitores (se é que alguém ainda passa por aqui), estive muito ausente, na verdade pensei até em fechar esse blog, mas me faltou coragem, tantas coisas pensadas e apenas algumas colocadas aqui, acho que não seria justo, não é mesmo ? (pelo menos comigo mesma...rs)
bom... quero publicar aqui hoje um poema de João Guimarães Rosa.

Total

Todos estão loucos, neste mundo ?
porque a cabeça da gente é uma só,
e as coisas que há
e que estão para haver
são demais de muitas,
muito maiores diferentes,
e a gente tem de necessitar de aumentar
a cabeça,
para
o
Total.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

"Alameda dos sonhos despedaçados"

Hoje não encontro palavras e é assim que me sinto.

Green Day - Boulevard of Broken Dreams

"Alameda dos sonhos despedaçados"

Eu ando por uma estrada solitária
A única que eu sempre conheci
Não sei até onde vai
Mas é um lar pra mim e eu ando só.

Eu ando nessa rua vazia
Na alameda dos sonhos despedaçados
Onde a cidade dorme
E eu sou o único, eu ando só,
Eu ando só.

Minha sombra, a única que anda do meu lado
Meu coração triste, a única coisa que bate,
Às vezes eu desejo que alguém me encontre
Até lá, eu andarei só.

Estou andando por todo o caminho
Que me divide em algum lugar na minha mente
Na linha do limite do abismo
E onde eu ando só.

Leia as entre as linhas
Que tudo está arruinado
E tudo está bem
Verifico meus sinais vitais pra saber se eu ainda
estou vivo
E eu ando só.

Eu ando nessa rua vazia
Na alameda dos sonhos despedaçados
Onde a cidade dorme
E eu sou o único que anda só.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

"Welcome to the Congo"

Bom, esse assunto é passado, mas só hoje tive a oportunidade de ler esse texto e não podia deixar passar em branco.
Passeando pelos blogs desse mundo digital afora, encontrei uma carta que Luis Antonio Simas (do blog Histórias do Brasil) escreveu a Kevin Neuendorf. Esse sujeito (que por sinal é um exemplo de imbecilidade humana) fazia parte do Comitê Olímpico Norte-Americano. Kevin foi afastado (antes mesmo dos jogos pan-americanos iniciarem) depois que os jornais brasileiros flagraram a frase preconceituosa e debochada que ele desenhou num quadro da sala do Comitê: "Welcome to the Congo".
O texto é longo, mas a leitura vale cada minuto de atenção.


"Senhor Kevin Neuendorf,
Acabo de saber que o comitê olímpico dos Estados Unidos o afastou da delegação norte-americana presente aos jogos pan-americanos do Rio , após sua brincadeira de escrever "Welcome to the Congo" ao chegar à cidade de São Sebastião. O senhor virou até manchete de primeira página de O Globo, com sua foto acima da legenda Uma chegada cheia de preconceitos. Permita-me, então, fazer algumas observações sobre o assunto, ainda que essas mal traçadas nunca sejam lidas por vossa pessoa.
Inicialmente quero dizer que concordo com sua afirmação; somos o Congo. Afinal, vieram de lá, da região do Congo-Angola, só no século XVII, cerca de 700 mil africanos para trabalhar nas lavouras e minas do Brasil Colonial. Nós, os brasileiros, somos, portanto, congos. Somos também jalofos, bamuns, mandingas, bijagós, fantes, achantis, gãs, fons, guns, baribas, gurúnsis, quetos, ondos, ijexás, ijebus, oiós, ibadãs, benins, hauçás, nupês, ibos, ijós, calabaris, teques, iacas, anzicos, andongos, songos, pendes, lenges, ovimbundos, ovambos, macuas, mangajas e cheuas. Todos estes são grupos de africanos que chegaram nessas praias com seus valores, conjuntos de crenças, costumes e línguas - culturas, enfim - para, ao lado de minhotos, beirões, alentejanos, algarvios, transmontanos, açorianos, madeirenses e milhares de comunidades ameríndias, civilizar o Brasil.
Aqui no Brasil, senhor Neuendorf, está rolando uma certa moda de atribuir aos próprios africanos a responsabilidade sobre a escravidão. Todo mundo palpita sobre a história da África, mete o bedelho sem conhecimento de causa e, nesse rame-rame, tem gente dizendo que nós, brasileiros, nunca fomos racistas. Tem uns que, não duvido nada, estão prestes a descobrir que a velha Europa, com seus interesses mercantis e imperiais, nunca quis escravizar ninguém.
Houve até, veja o senhor, um respeitado intelectual brasileiro, Silvio Romero, que, no início do século passado, achou que a única salvação do Brasil era torcer para que a miscigenação se fosse processando com o aumento contínuo do sangue branco. Clarear o brasileiro, eis a solução do nobre intelectual.
Um outro intelectual, Oliveira Vianna, escreveu um livro outrora muito respeitado, que apaixonou gerações de leitores, chamado Evolução do povo brasileiro. Segundo este autor, a salvação possível do Brasil era a nação embranquecida. Para ele, a imigração européia, a fecundidade dos brancos , maior do que a das raças inferiores (negros e índios ), e a preponderância de cruzamentos felizes, nos quais os filhos de casais mistos herdariam as características superiores do pai ou da mãe branca, garantiam um futuro brilhante e branquelo ao Brasil.
Ninguém mais tem coragem de escrever uma barbaridade dessas, Mr. Kevin, mas muita gente, acredite, ainda pensa assim.
O senhor é, não leve a mal a constatação, escroto, preconceituoso, arrogante, obtuso e ignorante. Não há problemas nisso; o atual presidente do seu país também tem essas características.
Acredite numa coisa, sua atitude não me irritou minimamente e nem acho que devessem lhe mandar embora. Sabe o que me irrita, senhor Kevin? Vou lhe dizer rapidamente.
Me irrita saber que muitos brasileiros que se indignaram contra sua atitude pensam no fundo como o senhor e sentem nojo do povo brasileiro. Se irritaram, exatamente, porque nutrem verdadeiro pânico de lembrar que vivem num país mestiço, civilizado pela África, dotado da cultura popular mais rica e múltipla que o mundo conhece.
São brasileiros que marcharam com Deus pela liberdade em 1964, mandam os filhos para fazer intercâmbio nos EUA (como se o seu povo, mr. Kevin, tivesse alguma informação cultural decente para trocar com algum de nós), vivem encastelados em condomínios luxuosos, acham que as empregadas domésticas tem que vestir uniforme e subir pelo elevador de serviço, não gostam de pretos, tocam fogo em índios, não respeitam as religiosidades afro-ameríndias, dizem que samba é coisa de gentinha, frequentam compulsivamente shoppings centers, gastam num jantar o que pagam em um mês para os empregados, vibram quando a polícia executa moradores de favelas e criam filhos enfurecidos e preconceituosos que saem de noitadas em boates da moda para surrar garotas de programa nas esquinas da cidade.
Senhor Kevin, o Congo é aqui! O velho Congo, que revivemos nos maracatus, nos bailes de congo, nos moçambiques, na taieira, na folia de são Benedito, no candomblé de angola, nas cavalhadas, no terno-de-congo, no batuque do jongo e na dança do semba. Somos o Congo porque batemos tambor, batemos cabeça, dançamos e rezamos como lá. Somos o Congo e somos a África, porque somos o país de Zumbi, Licutam, Ganga- Zumba, Luiza Mahin, Bamboxe Obitiku , Felisberto Benzinho, Cipriano de Ogum, João da Baiana, Donga , Pixinguinha, Candeia, Mãe Senhora, Mãe Aninha, Tata Fomutinho, João Candido, Osvaldão, Marighela, Jorge Amado, Martiniano do Bomfim, Solano Trindade, Silas de Oliveira e de tantos outros heróis civilizadores.
Não se preocupe tanto, Mr. Neuendorf. A visão que o senhor tem do Brasil - preconceituosa, burra e mesquinha - , é a mesma visão do jornal que estampou sua foto na capa e a mesma visão da elite do bairro, a Barra da Tijuca, em que seu gesto foi feito. O Brasil oficial, que não ama o Brasil e sonha com Londres, Miami, Paris, Nova York e Madri, pensa igualzinho ao senhor.
Mas sabe o que é curioso, mister? Ao escrever, como um yankee escroto , que estava chegando ao Congo, o senhor não deixou de falar a verdade. O Congo é aqui; com a proteção de Zambiapongo, de todos os inkices de Angola e dos ancestrais do samba.

Sem mais,
Luiz Antonio Simas, filho de Nkosi e Matamba"

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

"A melhor coisa que tenho para lhe oferecer é sempre a verdade." John Powell.

Boa Noite amigos !!!

Hoje vim falar de atitudes.
Tenho passado momentos muito estressantes, e me peguei querendo agir nessa condição, recebendo tratamento rude, pensei em dar em troca tratamento igual (ainda não agi assim, ainda bem), e isso veio atormentanto minha cabeça, tanta raiva, estresse, querendo descontar em quem merece (não nos inocentes), mas lembrei de um grande aprendizado que carrego comigo "não deixe que os outros digam como você deve agir", mas como é difícil ser assim hein ? engolir em seco uma grosseria e ainda ser amável... que Deus me ajude a conseguir agir no amor que Ele nos ensina, porque é muito difícil.
Tento a cada dia fazer com que o amor divino supere o orgulho e deixe lugar à humildade.

Vou postar aqui um texto de um livro que todos deveríamos ler, e digo isso porque não é um livro de auto-ajuda (que por sinal não gosto) mas sim de psicologia, e excelente.


Texto extraído do livro:
Porque tenho medo de lhe dizer quem sou, John Powell.

"O comportamento do ser humano pleno é sempre imprevisível - simplesmente porque é livre."

Agir versus Reagir

A pessoa inteira é um ator, não um reator. O colunista Sidney Harris conta uma história em que acompanhava um amigo à banca de jornais. O amigo cumprimentou um jornaleiro amavelmente, mas como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro. Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo de Harris sorriu polidamente e desejou um bom fim de semana ao jornaleiro. Quando os dois desceram pela rua o colunista perguntou:

- Ele sempre te trata com tanta grosseria ?
- Sim, infelizmente é sempre assim.
- E você é sempre tão polido e amigável com ele ?
- Sim, sou.
- Porque você é tão educado já que ele é tão indelicado com você ?
- Porque não quero que ele decida como eu devo agir.

A implicação desse diálogo é que a pessoa inteira é "seu próprio dono", não se curva diante de qualquer vento que sopra; ela não está à mercê do mau humor, da mesquinharia, da raiva dos outros.
Não são os ambientes que a transforma, mas ela que transforma os ambientes.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Escrever

"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível,é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."

Clarice Lispector.


Pensando em porquê eu escrevo, li essa frase e quase encontrei a definição pra essa atitude, que acho umas das mais bonitas expressões do ser humano. Essa necessidade que temos de ser compreendidos, de compartilhar com outros um pouquinho de nós, nossos pensamentos, anseios, alegrias e tristezas.
A arte da escrita não deveria ser apenas vista como um passatempo, pra maioria de nós blogueiros é muito mais que isso.
Pra mim é uma palavra que fica enroscada na garganta, um discurso nunca pronunciado que toma forma por essas letras e dão alívio aos pesos subconscientes de meus pensamentos incompreendidos.

Certezas e Dúvidas.

Boa noite amigos queridos !!!

Bom, já é domingo, e eu estava aqui em casa como sempre sem fazer nada, mas hoje me senti um pouquinho "down", resolvi vir escrever a essa hora da madruga !!!
Essa vida é muito louca, hora a gente se sente muito feliz e positivo, super entusiasmado, hora a gente se sente bem pra baixo, como se nada tivesse solução, mesmo que não tenhamos algum problema de verdade (que mereça alguma atenção e no mínimo aflição) sentimos tristeza, que aparece assim mesmo, sem motivos, é muito intrigante isso, às vezes ouço alguém que diz uma frase que conhecemos muito bem, "temos que dar valor à vida, se olhar pra trás vai ver que tem gente bem pior", mas eu acho esse tipo de pensamento muito egoísta e desumano, é necessário você usar alguma desgraça alheia pra se sentir melhor ?
quero me sentir feliz e melhor como pessoa, ajudando o próximo, só não sei como, sei que o caminho, a busca da felicidade consiste no amor, só peço a Deus que me ajude e me dê sabedoria pra que eu saiba praticar esse amor, enquanto isso, continuo nessa busca eterna, por mais certezas e menos dúvidas.


Dúvidas

Como aparece de repente ?
De onde vem ?
tantas perguntas, invasivas,
que entram sem pedir permissão.
Um sentimento de nada saber,
de tempo perdido,
de busca sem alcance.
Uma esperança, uma única,
que às vezes se esvai,
parece que tento agarrar às águas,
mas que me fogem por entre os dedos.
Em certos momentos não se sabe
a diferença entre o sonho e a realidade.
Devo despertar pra essa vida
louca nesse mundo ensandecido ?
ahhh... esse mundo...
esse sonho...
sonho com um mundo melhor,
o total, com significado e propósito,
o meu mundo,
só preciso encontrá-lo.
Sei que está aqui dentro,
só não sei bem como achá-lo.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Cidade Vergonha


Boa Noite Amigos !!!

Estou postando um poema de um autor que quase ninguém conhece, eu pelo menos não conhecia. Considerado o maior poeta barroco do Brasil, ocupa a cadeira de nº 16 na academia brasileira de letras.
O interessante nesse poema é que ele é tão atual que não parece que foi escrito há mais de 300 anos.

Sempre imagino e acredito (será muita ingenuidade minha?) na evolução do ser humano, acredito que nossa espécie pode melhorar a cada dia e se tornar mais digna nessa terra, digna de ser chamada "humana", pois ser "humano" significa ser a imagem de Deus, que representa a perfeição, e é esse o objetivo principal, e a vontade de Deus. Vendo esse poema escrito há 300 anos percebo que estamos involuindo.

Me diz você, está evoluindo ?


Cidade Vergonha

Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.

Quem a pôs neste rocrócio?... Negócio.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E no meio desta loucura?... Usura.

Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que perdeu
Negócio, ambição, usura.
[...]

E que justiça a resguarda?... Bastarda.
É grátis distribuída?... Vendida.
Que tem, que a todos assusta?... Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa
O que El-Rei nos dá de graça.
Que anda a Justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.
[...]

A Câmara não acode?... Não pode.
Pois não tem todo o poder?... Não quer.
É que o Governo a convence?... Não vence.

Quem haverá que tal pense,
Que uma câmara tão nobre,
Por ver-se mísera e pobre,
Não pode, não quer, não vence.

[Gregório de Matos "epílogos" (1690?)]

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Mundo ? estou me mudando !!!

Mundo cruel,
injusto,
hipócrita,
egoísta...
não sou parte dele ?
senão, onde vou viver ?
sou também cruel ?
injusta,
hipócrita e
egoísta ?
o que sou ?
sou aquilo que penso ?
até onde minhas verdades são imutáveis ?
existe uma verdade concreta ?
Onde viver senão nesse mundo louco e indecente ?
acho que vou me mudar pra dentro de mim...
de mala e tudo,
e essa insanidade humana deixo pra fora,
deixo pra esse mundo.

domingo, 6 de janeiro de 2008

O Dom Supremo



Bom Dia meus queridos !!!



Estava pensando o que postar aqui, pois faz alguns dias que me ausentei desse espaço blogueiro, não sei se de repente fiquei sem assunto, ou se me faltou coragem para dar vidas às palavras, mas enfim, aqui estou.
Procurei um texto que achasse fantástico para compartilhar com vocês, e por procurar algo realmente bom, acabei lembrando do maior livro que conheço, a Bíblia, e lembrei do Dom Supremo, o ensinamento deixado por Deus a nós,

O AMOR (CARIDADE).
Acredito ser esse dom a cura pras feridas da humanidade, mas me sinto na pré-história, não chegamos nem perto de saber, quanto mais praticar esse dom divino.
Eis aí o sentido da vida, alcançar o Dom Supremo.



Definição de caridade: é um sentimento ou uma ação altruísta de ajudar o próximo sem buscar qualquer tipo de recompensa. Amor ao próximo; bondade; benevolência; compaixão.
Coríntios 13

A suprema excelência da caridade.


Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como metal que soa ou como o sino que tíne.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tivesse caridade, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.

A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece,

Não se importa com indecência, não buscam os seus interesses,
não se irrita, não suspeita mal;

Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

A caridade nunca falha; mas havendo profecias,
serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, desaparecerá;

Porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.


Mas, quando vier o que é perfeito,
então, o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade.