Boa Tarde amigos.
Eis aí, mais um pedaço de mim.
Vai, morre um pouco e continua.
De onde ela vem ?
Essa tal chama, luz, ou sei lá o que.
Uma chama que nunca foi acesa, mas que brilha eternamente.
Antes do começo da história e do começo do começo, lá estava ela, queimando, iluminando, transformando e se alimentando.
Do que ? para que ? e ainda mais, por quê?
Foi suplantada e engolida goela abaixo e bem mais um pouco, pelos próprios pedaços que de si mesma saíram.
Agora a negam, a escondem e renegam.
Mas ainda há.
Há quem comprove o existencial fato, o que sente.
O que sente às vezes nega, encobre, finge e também mostra, sem nunca saber a razão do por quê. E então, vai procurar e quando acha não sabe o que encontrou.
Mas uma vez tocado, por uma mísera faísca que seja, pronto, já está aí o caos da não ignorância . Ah ! que saudades da minha !
Vivendo num oceano gélido, nado por entre os mortos,
A cada movimento, mais gelo, mais frio e tudo vai ficando mais escuro.
Seus corpos comprimindo o meu, fazem a gélida mortalha de suas almas me cobrirem. Por vezes me tiram o ar, me sufocam, me paralisam.
Estão mortos, e ponto.
Não posso fazer nada, se ficar, morro também. Ficar aqui
mortinha seria bem mais confortável, mas eu continuo não porque quero, mas porque tem que ser assim mesmo, o caos já está feito, não tem volta.
Uma vez fui morta por um bom período, e às vezes morro um pouquinho, mas ela nunca se completa. Ela, essa morte, não vai ao fim a que se destina, há sempre que continuar.
Hoje, sou um pedaço da chama -sem início, sem fim- e me deixo aquecer um pouquinho.
Mas só hoje.
Amanhã não sei.